O mercado de locação residencial no Brasil segue em alta, com o Índice FipeZAP de Locação registrando uma valorização de 1,15% em março de 2025. Esse aumento, observado em 36 cidades monitoradas, representa uma aceleração em relação aos meses anteriores e supera os principais índices de preços, como o IPCA/IBGE (+0,56%) e o IGP-M/FGV (-0,34%). No acumulado do primeiro trimestre, o aluguel residencial avançou 3,22%, enquanto a inflação medida pelo IPCA foi de 2,04%. Nos últimos 12 meses, a valorização do aluguel atingiu 12,91%, bem acima dos índices de inflação, consolidando o mercado de locação como um dos mais dinâmicos da economia brasileira.
Desempenho em março: aluguel em alta na maioria das cidades
Em março, 35 das 36 cidades analisadas pelo Índice FipeZAP registraram aumento nos preços de locação residencial, incluindo 21 das 22 capitais monitoradas. Vitória liderou com uma alta de 3,29%, seguida por Campo Grande (+3,06%) e Teresina (+2,36%). Brasília foi a exceção, com uma leve queda de 0,10%. Entre os tipos de imóveis, apartamentos com um dormitório apresentaram a maior valorização (+1,45%), enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios tiveram um aumento mais modesto (+0,95%).
Comparado a outros indicadores, o aluguel residencial superou a inflação ao consumidor (IPCA) e contrastou com a desaceleração dos preços de venda de imóveis (+0,60%), apontando para uma maior resiliência do mercado de locação em um cenário de pressões inflacionárias.
VEJA TAMBÉM: Aluguel em alta: Como os preços dispararam no Brasil em 2025
Primeiro trimestre de 2025: aluguel acima da inflação
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o Índice FipeZAP de Locação Residencial registrou uma alta de 3,22%, superando o IPCA (+2,04%) e o IGP-M (+0,99%). A valorização foi generalizada, atingindo 34 das 35 cidades analisadas. Campo Grande liderou com um aumento de 8,47%, seguida por Aracaju (+7,28%) e João Pessoa (+6,70%). Mais uma vez, Brasília foi a exceção, com uma queda de 2,73% no período.
Essa tendência reforça a força do mercado de locação residencial, que continua a atrair tanto inquilinos quanto investidores, especialmente em capitais com alta demanda por moradia.
Últimos 12 meses: valorização expressiva
Nos últimos 12 meses, o aluguel residencial acumulou uma valorização de 12,91%, superando significativamente o IPCA (+5,48%) e o IGP-M (+8,58%). Imóveis com quatro ou mais dormitórios lideraram a alta (+15,85%), enquanto unidades com três dormitórios tiveram um aumento mais moderado (+11,57%). Todas as 36 cidades monitoradas registraram valorização, com destaque para Salvador (+33,08%), Campo Grande (+27,33%) e Porto Alegre (+24,98%).
Essa performance reflete a crescente demanda por aluguel em diversas regiões do país, impulsionada por fatores como mobilidade urbana, aumento dos custos de aquisição de imóveis e preferência por flexibilidade entre os locatários.
SAIBA MAIS: [2024] Raio-X FipeZAP: Perfil da demanda de imóveis
Preço médio do aluguel em março
O preço médio do aluguel residencial em março de 2025 foi de R$ 48,03/m² nas 36 cidades analisadas. Imóveis com um dormitório registraram o maior valor médio (R$ 63,54/m²), enquanto unidades com três dormitórios apresentaram o menor (R$ 40,56/m²). Entre as capitais, São Paulo liderou com o preço médio mais elevado (R$ 59,83/m²), seguida por Belém (R$ 57,29/m²) e Recife (R$ 57,16/m²). Teresina, por outro lado, teve o menor valor médio entre as capitais (R$ 22,82/m²).
Rentabilidade do aluguel: um investimento atrativo?
A rentabilidade do aluguel residencial, medida pela razão entre o preço de locação e o preço de venda dos imóveis, atingiu 5,88% ao ano em março de 2025. Embora inferior às projeções de aplicações financeiras de referência, o retorno foi mais expressivo em imóveis com um dormitório (6,59% a.a.) e menor em unidades com quatro ou mais dormitórios (4,80% a.a.). Entre as capitais, Manaus (8,39% a.a.), Belém (8,37% a.a.) e Recife (8,18% a.a.) apresentaram os maiores retornos anualizados.
Apesar da atratividade, investidores devem considerar fatores como custos de manutenção, impostos e vacância ao avaliar a viabilidade do investimento em locação residencial.
Perspectivas para o mercado de locação
O mercado de locação residencial no Brasil demonstra resiliência e crescimento consistente, superando a inflação e outros indicadores econômicos. A valorização generalizada, especialmente em capitais como Salvador, Campo Grande e Porto Alegre, reflete a alta demanda por moradia em um contexto de preços elevados no mercado de venda de imóveis. Para inquilinos, o aumento dos preços pode pressionar o orçamento, enquanto para investidores, o aluguel segue como uma alternativa viável, embora com rentabilidade variável conforme o tipo de imóvel e a localização.
Com a continuidade desse cenário, é fundamental acompanhar os próximos relatórios do Índice FipeZAP para entender se a tendência de alta se manterá e como ela impactará o mercado imobiliário como um todo.