Taxa de Vacância de Galpões Logísticos Cai ao Menor Nível em 10 Anos

Taxa de Vacância de Galpões Logísticos Cai ao Menor Nível em 10 Anos
Foto: Freepik

A demanda por galpões logísticos de alto padrão no Brasil continua em uma trajetória ascendente, refletindo o dinamismo do setor. No segundo trimestre deste ano, a taxa de vacância desses espaços caiu para 9,2%, o menor índice registrado desde 2013. Empresas como Shopee e Mercado Livre têm sido protagonistas nesse cenário, ocupando áreas significativas em diversas regiões do país.

O Mercado Logístico em Transformação

Queda na Taxa de Vacância

O mercado de galpões logísticos no Brasil vem demonstrando resiliência e crescimento contínuo. Segundo a pesquisa First Look, realizada pela JLL, o segundo trimestre de 2024 marcou um recorde histórico com uma taxa de vacância de apenas 9,2%. Este é o menor número desde 2013, evidenciando um aumento significativo na demanda por esses espaços.

Absorção Bruta e Líquida

A absorção bruta no período também atingiu um patamar inédito, chegando a 2,1 milhões de m². Já a absorção líquida do primeiro semestre foi de 1,3 milhão de m², com 65% desse volume sendo ocupado entre abril e junho. Esses números são indicativos claros de um mercado aquecido, impulsionado pela expansão de grandes players como Shopee e Mercado Livre.

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Impacto das Grandes Empresas

Shopee e Mercado Livre na Vanguarda

Com 32% do volume líquido de 848 mil m² ocupados no Brasil, Shopee e Mercado Livre têm desempenhado um papel crucial na dinamização do setor. Essas empresas, espalhadas por estados como Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais, têm adotado estratégias para aumentar a capilaridade e reduzir os custos de frete para o consumidor final.

André Romano, gerente de Industrial e Logística da JLL, comenta sobre esse movimento: “Ambas as empresas têm sido grandes tomadoras de espaço ao longo dos últimos anos dentro de uma estratégia de ampliação da capilaridade, buscando baratear o custo do frete para o consumidor final”.

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Preços em Alta

O primeiro semestre de 2024 trouxe a entrega de 1,2 milhão de m² de novo estoque, com muitos desses espaços já entrando no mercado com pré-locações realizadas. Rafael Picerni, da área de Pesquisa e Estratégia da JLL, destaca o impacto desse cenário nos preços: “Registramos um aumento de 7,6% na média dos valores pedidos em todo o Brasil em um ano. Isso se deve ao alto volume de locações, mas também ao perfil das entregas que têm passado a integrar o estoque, com condomínios cada vez mais modernos”.

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Destaques Regionais

Fora do eixo tradicional de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, as maiores absorções de pré-locações foram registradas em estados como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. A pré-locação mais relevante do trimestre foi a do Mercado Livre em Pernambuco, com 49,2 mil m². No Rio Grande do Sul, quase 30 mil m² foram absorvidos, parte pelas Lojas Lebes e parte pela Natura. No Rio Grande do Norte, mais de 16 mil m² foram ocupados pela Ambev.

André Romano explica a vantagem das pré-locações: “Como esse é um mercado ágil, as pré-locações são vantajosas tanto para proprietários como para ocupantes. Os primeiros garantem que seus espaços não chegarão ao mercado vagos, enquanto os locatários ganham margem de negociação e podem ter acesso a produtos de excelente qualidade”.

Perspectivas para o Segundo Semestre

Os especialistas da JLL mantêm uma perspectiva equilibrada para o segundo semestre de 2024. Espera-se que a taxa de vacância e o volume de locações se mantenham estáveis, refletindo um mercado em equilíbrio.

Conclusão

O mercado de galpões logísticos de alto padrão no Brasil está em franco crescimento, impulsionado pela expansão de grandes empresas e pela entrega de novos espaços modernos. A queda na taxa de vacância para 9,2% e a valorização dos preços demonstram um setor dinâmico e em transformação. Com perspectivas positivas para o futuro, o mercado continua a oferecer oportunidades tanto para proprietários quanto para locatários, mantendo-se como um pilar fundamental da logística no país.

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