Preços de imóveis sobem 0,60% em outubro, maior valorização desde 2014

Preços de imóveis sobem 0,60% em outubro, maior valorização desde 2014
Foto:

Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro passou por altos e baixos, mas, em 2024, os preços de imóveis residenciais atingiram um novo patamar. Segundo o Índice FipeZAP, os imóveis residenciais no país registraram uma valorização de 0,60% em outubro, acumulando uma alta de 7,22% nos últimos 12 meses. Isso marca a maior variação anual desde novembro de 2014. Mas o que essa valorização significa para o setor imobiliário e para quem está pensando em comprar, vender ou investir em imóveis?

Para entender o que está por trás desses números, vamos analisar o comportamento dos preços de venda de imóveis nas principais cidades, as variações por tipos de imóvel e o contexto econômico.

Como está o Mercado Imobiliário em 2024?

O Índice FipeZAP é um dos principais termômetros do mercado imobiliário no Brasil, e sua alta acumulada de 6,51% até outubro de 2024 supera outros indicadores, como o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da FGV (+4,20%) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE (+3,86%). Esses dados mostram que o setor imobiliário está crescendo em um ritmo mais acelerado que a inflação. Mas, ao contrário do que muitos podem imaginar, esse crescimento não ocorre de forma uniforme em todas as cidades e nem em todos os tipos de imóveis.

VEJA TAMBÉM: [Estudo DataZAP 2024] O que mudou no perfil do comprador de imóveis?

1. Valorização em Outubro: Uma Análise por Tamanho e Localização

Em outubro, os imóveis residenciais com um dormitório lideraram a valorização mensal com uma alta de 0,73%, enquanto imóveis com dois dormitórios e com quatro ou mais dormitórios registraram aumentos menores, de 0,50%. Esse aumento mais acentuado nos imóveis compactos pode ser um reflexo da demanda crescente por unidades menores em áreas urbanas, devido ao aumento de lares unipessoais e a uma demanda maior por moradias acessíveis.

Principais Capitais em Alta

A valorização dos preços foi registrada em 49 das 56 cidades monitoradas pelo FipeZAP, incluindo 18 capitais, com destaque para:

  • Aracaju (+2,34%)
  • Campo Grande (+1,99%)
  • Vitória (+1,76%)
  • Manaus (+1,59%)

Essas cidades apresentam, muitas vezes, um mercado imobiliário mais acessível em comparação a capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, e estão vivenciando um crescimento significativo, seja por fatores econômicos locais ou por uma busca de moradia fora dos grandes centros urbanos. Em contraste, algumas capitais apresentaram queda nos preços:

  • São Luís (-0,58%)
  • Brasília (-0,46%)
  • Teresina (-0,23%)
  • Natal (-0,07%)

Esse cenário reflete o dinamismo do mercado, onde fatores como economia local, desenvolvimento urbano e até mesmo políticas habitacionais podem influenciar os preços.

2. O Ano de 2024: Tendências e Acúmulo de Valorização

O acumulado de 2024 até outubro aponta uma valorização de 6,51% no Índice FipeZAP de Venda Residencial. Entre as cidades que mais se destacaram estão:

  • Curitiba (+15,46%)
  • João Pessoa (+14,57%)
  • Salvador (+14,18%)
  • Goiânia (+11,17%)

Essas altas podem ser explicadas por uma série de fatores: aumento na procura por imóveis em regiões menos saturadas, crescimento do turismo local (caso de Salvador e João Pessoa) e melhorias na infraestrutura. A boa performance de Curitiba, por exemplo, é atribuída a um aumento na demanda por moradias em uma cidade que oferece uma alta qualidade de vida.

VEJA QUE INTERESSANTE: 5 dicas práticas para montar um Banheiro Planejado perfeito

3. Valorização Acumulada nos Últimos 12 Meses: O Maior Salto em Uma Década

Nos últimos 12 meses, o Índice FipeZAP acumulou uma alta de 7,22%, a maior desde novembro de 2014. Esse número é relevante, pois mostra que o mercado imobiliário está aquecido, mesmo em um cenário de desaceleração econômica. No entanto, esse crescimento expressivo tem várias particularidades, que vão desde a valorização por tipo de imóvel até as diferenças entre as cidades.

Imóveis com três dormitórios foram os que mais se valorizaram (+7,69%), enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios tiveram uma valorização de 6,32%. Esse comportamento sugere que a demanda por imóveis de tamanho intermediário está em alta, especialmente em famílias que buscam mais espaço sem perder a acessibilidade.

4. Preço Médio por Metro Quadrado e Comparativo Regional

Outro indicador importante é o preço médio do metro quadrado, que em outubro de 2024 ficou em R$ 9.261. Para quem deseja investir, entender essa média pode ajudar a identificar cidades onde os preços ainda são acessíveis. Algumas das capitais com os valores mais elevados foram:

  • Vitória (R$ 11.702/m²)
  • Florianópolis (R$ 11.670/m²)
  • São Paulo (R$ 11.265/m²)

Essas cidades atraem muitos investidores devido ao turismo e à qualidade de vida, o que justifica os valores mais altos. Em contraste, cidades como Aracaju e Teresina têm preços mais acessíveis, sendo opções atraentes para quem quer um imóvel com preço mais em conta.

5. Influências Econômicas e Expectativas para o Futuro

O mercado imobiliário no Brasil tende a ser sensível a variações econômicas, como a inflação e os juros. Em outubro de 2024, o IGP-M/FGV apresentou uma inflação de 1,52%, enquanto o IPCA-15 indicou um aumento médio de 0,54% nos preços ao consumidor.

Com a alta nos juros, o financiamento de imóveis se torna mais caro, impactando principalmente quem depende de crédito para aquisição. Esse cenário tende a frear um pouco a demanda, o que pode resultar em uma desaceleração dos preços, especialmente em cidades onde o mercado já está bastante aquecido.

O Que esse aumento significa para quem quer Comprar ou Vender?

Para os compradores, os dados sugerem que, em algumas cidades, o mercado imobiliário está aquecido e com tendência de valorização. Em áreas com grande demanda, como Curitiba, João Pessoa e Salvador, é provável que os preços continuem a subir no curto prazo. Isso pode significar que antecipar a compra ainda em 2024 pode ser vantajoso.

Já para os vendedores, o momento é favorável. Com o aumento da valorização, especialmente em mercados mais acessíveis e em cidades emergentes, quem planeja vender um imóvel pode conseguir um bom retorno.

Para investidores, o setor segue como uma opção segura e, ao que tudo indica, promissora. No entanto, é importante considerar o tipo de imóvel e a localização, já que algumas regiões e tipos de unidade têm perspectivas mais favoráveis do que outras.

Com um olhar atento sobre o mercado e as tendências regionais, tanto compradores quanto investidores podem aproveitar as oportunidades que esse ciclo de valorização oferece.

Artigos Relacionados: