Investimento em Imóveis Cresce pelo Terceiro Ano Consecutivo

Investimento em Imóveis Cresce pelo Terceiro Ano Consecutivo
Foto: Freepik

Pesquisa da ANBIMA com o Datafolha mostra que imóveis são os principais destinos das aplicações financeiras. Intenção de usar os recursos para um negócio próprio ou educação cai em 2023

A 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, revela que a intenção dos brasileiros de usar os rendimentos de suas aplicações financeiras para comprar um imóvel aumentou pelo terceiro ano consecutivo. Em 2023, 33% dos entrevistados declararam essa intenção, comparado a 30% em 2022 e 29% em 2021. Desde a primeira edição do estudo, em 2017, a compra da casa própria tem se mantido como o principal destino dos investimentos.

Crescimento da Intenção de Compra de Imóveis

A tendência de crescimento na intenção de investir em imóveis reflete um movimento contínuo desde o início da pandemia. O sonho da casa própria é um desejo profundo entre os brasileiros, sendo uma prioridade nas decisões financeiras de muitos. Esse aumento no percentual de investidores focados na aquisição de imóveis pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo as condições de financiamento imobiliário e a valorização dos imóveis em áreas urbanas.

Manutenção dos Recursos e Outros Destinos dos Investimentos

A segunda opção mais escolhida pelos entrevistados foi manter os recursos aplicados, com 20%, um percentual consistente com os anos anteriores. No entanto, a pesquisa também indicou uma diminuição no interesse por usar os rendimentos para iniciar um negócio próprio, que caiu de 10% em 2022 para 8% em 2023. Similarmente, a intenção de investir em educação também reduziu, de 8% para 6%.

Preferências Pós-Pandemia

Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da ANBIMA, destaca que, logo após a pandemia, houve um aumento na preferência por usar recursos em viagens e lazer. “Em 2023, o quadro mudou e a casa própria volta a crescer na preferência das pessoas. Especialmente entre as mais jovens”, explicou Billi. Este retorno à prioridade de comprar um imóvel sugere uma busca por segurança e estabilidade em tempos de incerteza econômica.

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Objetivos por Classe Social

A pesquisa identificou diferenças significativas nos objetivos financeiros entre as classes sociais. Entre a classe D/E, 36% dos entrevistados desejam comprar uma casa própria, comportamento também observado na classe C (35%). Em contraste, a classe A/B tem um interesse maior em usar seus rendimentos para viagens e lazer (14%) e investir na aposentadoria (14%).

Diferenças de Gênero

A intenção de comprar a casa própria é igualmente alta entre homens e mulheres, com 34% das mulheres e 32% dos homens. No entanto, os homens mostram maior interesse em comprar um carro ou moto (11%), investir na aposentadoria (11%) e empreender (10%). As mulheres, por outro lado, dão mais importância a viagens e lazer (13%) e educação (7%).

Investimento em imóveis: Preferências por Faixa Etária

A geração boomer é a única que prefere manter o dinheiro investido (28%) em vez de comprar um imóvel. Entre os millennials (28 a 42 anos) e as gerações Z (16 a 27 anos) e X (43 a 62 anos), a compra da casa própria é o principal objetivo, com 37% e 32%, respectivamente. A geração Z também se destaca por sua preferência por comprar um carro ou moto (17%) e investir em um negócio próprio (11%).

Investimento em Viagens e Lazer

O investimento em viagens, passeios e atividades de lazer é particularmente valorizado pelos boomers (16%), seguido pela geração X (11%) e os millennials (9%). A geração X também apresenta o maior índice de intenção de usar os rendimentos para a aposentadoria (11%) entre todas as faixas etárias.

Conclusão

O estudo da ANBIMA e Datafolha revela tendências claras nas preferências dos brasileiros quanto ao destino de seus investimentos financeiros. A prioridade na compra da casa própria permanece alta, refletindo um desejo de segurança e estabilidade. As variações nas preferências por classe social, gênero e faixa etária fornecem uma visão detalhada das motivações dos investidores, oferecendo insights valiosos para instituições financeiras e formuladores de políticas.

Sobre o Raio X do Investidor Brasileiro

A pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro está em sua sétima edição, realizada pela ANBIMA em parceria com o Datafolha. As entrevistas ocorreram entre 06 e 24 de novembro de 2023, com abordagem pessoal e aplicação de questionário estruturado em tablet, com duração média de 20 minutos. O estudo contou com a participação de 5.814 pessoas das classes A/B, C e D/E, com 16 anos ou mais, em todas as cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

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