A pesquisa Tendências de Moradia 2024, realizada pelo DataZAP, revela transformações significativas no perfil e nas preferências dos compradores de imóveis. Apresentada no Conecta Imobi 2024, a maior conferência do setor imobiliário, o estudo destaca, entre outros pontos, o aumento do trabalho presencial, que cresceu de 52% em 2023 para 69% em 2024. Esse retorno ao escritório reflete diretamente na busca por imóveis, alterando as exigências e as características desejadas.
Quem são os novos compradores de imóveis?
De acordo com o levantamento, o perfil do comprador de imóveis em 2024 está mais definido. A maioria dos entrevistados é do sexo masculino, com idade entre 41 e 59 anos, casada ou em união estável, possui filhos e, em muitos casos, um animal de estimação. Outro dado importante é que cerca de 75% dos compradores fazem parte da população economicamente ativa, estando concentrados principalmente na região Sudeste (62%).
Esse grupo, majoritariamente pertencente à classe B, demonstra maior interesse na compra de imóveis voltados para moradia, com 88% das respostas apontando essa como a principal motivação. O investimento imobiliário, por outro lado, atrai apenas 12% dos entrevistados, refletindo uma prioridade maior em adquirir um lar para viver.
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O impacto do trabalho presencial na escolha do imóvel
Um dos pontos mais notáveis da pesquisa é o reflexo do aumento do trabalho presencial nas decisões de compra. Se, em anos anteriores, a tendência de home office influenciou a busca por imóveis em áreas mais afastadas dos grandes centros, em 2024 essa realidade começa a mudar. Cerca de 80% dos compradores buscam imóveis na cidade onde já residem, o que pode ser um indicativo de um movimento de retorno às rotinas mais urbanas.
Ainda assim, o home office não desapareceu completamente. Entre aqueles que ainda possuem a flexibilidade de trabalhar de casa, 59% dos entrevistados apontam a necessidade de um espaço dedicado para escritório como um fator determinante na escolha do imóvel. Isso mostra que, embora o trabalho presencial esteja crescendo, o formato híbrido ainda é uma realidade para muitos.
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Preferências na compra: Qual o imóvel ideal?
A pesquisa revela que o apartamento padrão é o tipo de imóvel preferido para 39% dos entrevistados. Esse dado ganha ainda mais relevância entre os compradores com mais de 61 anos, onde a preferência sobe para 54%. Já as casas de rua atraem 35% dos interessados, mostrando que ainda há uma demanda significativa por imóveis mais tradicionais e espaçosos.
Quando se trata da idade dos imóveis, o levantamento identifica uma clara preferência por imóveis usados, com 65% dos entrevistados dando prioridade a essa opção. Em contrapartida, os imóveis novos são mais atraentes para os Millennials (29 a 40 anos), onde 37% preferem imóveis nunca habitados e 27% optam por lançamentos.
As características mais desejadas pelos compradores
O levantamento detalha, ainda, as principais características que os compradores procuram em um imóvel. Para a maioria, o imóvel ideal possui entre 61 e 90 metros quadrados, com dois ou três dormitórios e, preferencialmente, uma suíte. A demanda por ambientes mais adaptados ao trabalho remoto também está evidente, com muitos destacando a necessidade de um espaço dedicado para home office.
Outras características desejadas incluem dois banheiros, garagem coberta e áreas externas que proporcionem maior ventilação e contato com a natureza, como quintal ou varanda. Quando o assunto é lazer, churrasqueira, sala de ginástica e piscina externa aparecem como prioridades para muitos dos entrevistados, indicando que a oferta de comodidades dentro do condomínio ou da casa continua sendo um fator de peso na decisão de compra.
Fatores econômicos que influenciam a compra
O estudo também explora os fatores econômicos que impactam as decisões dos compradores. Cerca de 70% dos entrevistados possuem um orçamento de até R$ 499.999 para a aquisição do imóvel. Além disso, 29% consideram a possibilidade de comprar através do programa Minha Casa, Minha Vida, o que reflete a importância de programas habitacionais governamentais para uma parcela significativa da população.
Outro fator de influência importante são as taxas de juros, que são vistas como determinantes para 66% dos entrevistados. Alterações nas condições de financiamento e nos índices de juros podem mudar drasticamente o comportamento do mercado, e essa percepção é amplamente compartilhada pelos compradores.
O futuro do mercado imobiliário: O que esperar?
As informações coletadas pelo DataZAP são um termômetro valioso para o setor imobiliário, permitindo uma visão mais clara das tendências e das expectativas dos consumidores. Em um cenário onde o trabalho presencial está retomando espaço, mas o home office ainda tem seu valor, as preferências por imóveis híbridos — que combinem praticidade urbana com espaços adaptáveis — tendem a crescer.
Além disso, a adaptação às condições econômicas, como variações nas taxas de juros e programas de incentivo habitacional, continuará sendo um fator-chave para o comportamento dos compradores. As novas gerações, como os Millennials, trazem consigo um gosto por imóveis mais modernos e sustentáveis, enquanto as gerações mais velhas buscam conforto e estabilidade em imóveis mais tradicionais.
A pesquisa do DataZAP fornece uma visão detalhada e atualizada do mercado, e entender esses dados é fundamental para qualquer profissional do setor que deseja se manter competitivo em 2024.