A sala de jantar é um lugar especial em casa, onde momentos cotidianos e especiais acontecem entre amigos e família, compartilhando refeições e emoções. Além disso, essa área também revela a personalidade dos moradores e proporciona conforto aos convidados, tanto através das conversas quanto dos móveis. A escolha cuidadosa e a combinação certa de mesas e cadeiras têm um papel fundamental em criar um ambiente acolhedor e aconchegante.
Ao planejar a sua sala de jantar, é importante considerar diferentes formatos e tamanhos para mesas e cadeiras. Essa flexibilidade permite que o design se adapte às suas preferências pessoais e ao espaço disponível.
O arquiteto Gabriel Mazorra, do Mazorra Studio, destaca que a escolha da mesa influencia nas cadeiras e vice-versa. Por exemplo, o estilo da mesa pode exigir um tipo específico de cadeira que combine com a sua estética.
Se você tem mesas modernas e ousadas, é importante escolher cadeiras à altura desse estilo. Cadeiras com linhas elegantes, curvas suaves, encostos delicados e braços complementam a estética, especialmente se forem revestidas com tecidos de alta qualidade, proporcionando conforto e sofisticação ao ambiente.
Se a mesa da sua sala de jantar tem um visual mais antigo, com linhas retas e detalhes clássicos, é uma boa ideia escolher cadeiras que combinem com esse estilo. Mesas retangulares ou quadradas, feitas de diferentes materiais e formatos, podem parecer mais clássicas. Escolher cadeiras com estruturas de madeira sólida e estofamento em cores neutras pode tornar o ambiente aconchegante e elegante. Isso também é ótimo para quem gosta de móveis que durem muito tempo.
Por outro lado, mesas de pedra dão um toque sofisticado ao espaço. Elas ficam melhores com cadeiras fortes e impressionantes. A escolha das cadeiras depende do design da mesa. Por exemplo, se a mesa de pedra tiver um formato oval e um pé central que a torna mais leve, cadeiras com design curvado e assentos de palhinha podem ser uma boa opção. Elas são leves e trazem aconchego da madeira, criando um contraste interessante com a elegância da pedra.
Também é importante pensar na ergonomia, ou seja, garantir que as cadeiras sejam confortáveis durante as refeições e conversas longas. Nem sempre o que parece bonito é confortável. E não se esqueça de considerar o espaço na sala de jantar. Coloque as cadeiras ao redor da mesa de forma que todos possam se movimentar facilmente. Isso torna a experiência dos convidados mais agradável.
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A importância dos números na escolha das mesas e cadeiras
A aparência inicial chama a atenção, no entanto, é crucial levar em consideração o tamanho das mesas e cadeiras em relação ao espaço disponível e ao número de pessoas que deseja acomodar. Geralmente, é recomendado ter pelo menos 60cm de largura para cada pessoa. Por exemplo, uma mesa retangular de 1,80m de comprimento pode acomodar três pessoas de cada lado, mas não será tão confortável para quem estiver nas pontas. Para acomodar oito pessoas, uma mesa retangular de 2,20m a 2,40m é a melhor escolha.
Mesas de formatos quadrados, redondos ou até mesmo orgânicos e triangulares trazem uma dinâmica interessante ao espaço. Mesas quadradas costumam funcionar bem com lados de cerca de 1,40m, comportando confortavelmente oito pessoas.
Mesas redondas, grandes podem receber um número maior de pessoas. Entretanto, vale lembrar que o centro da mesa pode ficar distante para algumas pessoas, afetando um pouco a interação. Mesas com formatos mais incomuns, como triangulares ou orgânicas, podem criar uma atmosfera diferenciada e promover interações mais íntimas”, aponta Gabriel Mazorra.
O próprio design da mesa também influencia na dinâmica do espaço. Uma mesa redonda contribui para um ambiente mais igualitário, onde todos estão em pé de igualdade na interação. Colocar uma mesa redonda perto de uma janela é interessante, posicionando-a perpendicularmente para aproveitar bem a iluminação e garantir que ninguém fique de costas para a luz. Mesas retangulares dispostas dessa forma permitem que metade das pessoas desfrute da vista, criando uma atmosfera agradável no ambiente.
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Uma ideia criativa para espaços pequenos
O canto alemão está ganhando destaque em lares e apartamentos, especialmente em espaços compactos, onde maximizar o uso das áreas é essencial para criar ambientes práticos sem comprometer o conforto e a estética.
Originada na Alemanha, essa opção de mesa de jantar surgiu em estabelecimentos comerciais, como cafés, bares e restaurantes, com o propósito de otimizar o espaço, aumentar a circulação das pessoas e acomodar clientes sem apertos. Não demorou para essa ideia se espalhar para outros países e se tornar uma solução também para residências.
Me lembro bastante de ver o canto alemão nas casas das pessoas e depois caiu um pouco em desuso. Mais recentemente, tem sido uma solução retomada até por empresas especializadas nesse tipo de execução de marcenaria”, avalia Mazorra.
O formato mais tradicional desse tipo de mesa de jantar é em “L”, posicionando um banco estofado próximo à parede, criando um canto, enquanto as cadeiras ficam no lado oposto. Uma vantagem adicional é que esse banco pode ser transformado em um baú para guardar itens menos utilizados.
Também é possível adotar um modelo linear, sem o canto. Além disso, a mesa retangular convencional pode ser substituída por uma redonda, elíptica ou quadrada, dependendo do planejamento. Para um estilo mais descontraído e criativo, é possível substituir o banco por um sofá e escolher uma mesa redonda ou triangular.
Outra vantagem do canto alemão é que ele diminui a distância de passagem. Enquanto, normalmente, uma mesa retangular exige cerca de 70 cm de espaço para passagem e afastamento das cadeiras, com o canto alemão, é possível reduzir essa distância para 40 a 50 cm entre a mesa e a parede.
No entanto, o arquiteto Gabriel Mazorra faz algumas ressalvas ao design.
“Você perde, nessa troca por espaço, o conforto. Em um canto alemão, sempre terá uma ou duas pessoas que ficarão ‘travadas’ nos assentos. Uma pessoa não vai poder, simplesmente, a qualquer momento, levantar e sair para ir ao banheiro. Precisará pedir licença para os outros.”
Sobre o Mazorra Studio
Gerenciado pelo arquiteto Gabriel Mazorra, desenvolve projetos e executa obras de arquitetura de interiores, edificação e paisagismo nos segmentos residencial, comercial e corporativo.
É formado arquiteto urbanista pela Universidade Mackenzie em 2004 e pós-graduado pela FGV em 2012 no MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Atua em escritório próprio desde 2006, após ter acumulado experiência profissional com arquitetos renomados das áreas de arquitetura, paisagismo e interiores residenciais e corporativos desde 2002. Tomou a frente no desenvolvimento de projetos 3D com a tecnologia BIM já a partir de 2009, quando este método de construção virtual ainda estava longe de suplantar a tecnologia CAD.
Eternamente aprendendo a ler pessoas, atua em uma vasta gama de projetos de reforma e construção, aceitando o desafio de autoconhecimento e amadurecimento de linguagem arquitetônica própria.