É notório que cada país possui sua própria cultura quando se trata de estilos arquitetônicos, preferências estéticas, materiais de acabamento e a maneira como os ambientes são organizados, influenciados por uma história de longa data, fatores climáticos e características do estilo de vida. Nos Estados Unidos, essa diversidade também é evidente, e a arquiteta Gigi Gorenstein, líder do escritório que leva seu nome, lança luz sobre algumas dessas distinções.
Com uma extensa lista de projetos realizados em todo o Brasil, ela compartilha sua experiência na concepção de projetos para clientes em cidades americanas, como Miami.
Diferenças entre Brasil e EUA
Com um layout mais aberto, a distribuição dos espaços nas residências americanas geralmente difere daquela observada nas casas brasileiras. Conforme explica Gigi, os projetos americanos frequentemente não alocam muito espaço para áreas de circulação, sendo comum encontrar uma sala principal com portas que fornecem acesso a todos os cômodos da casa.
É um processo longo e, na maioria das vezes, uma permissão pode demorar entre 2 e 3 meses, sendo que geralmente recebemos só a planta simples da obra. A intervenção mais prática que podemos fazer é no décor, repaginando o ambiente”, avalia. “Essa discrepância visual é intrigante, mas pode ser entendida como uma maneira de otimizar o espaço, tornando os ambientes notavelmente maiores, especialmente em apartamentos em Miami, onde desenvolvo vários projetos. Para equilibrar essa diferença, é necessário ajustar as escalas brasileiras para se alinhar à proporção americana”, completa a profissional.
Outro aspecto que distingue os projetos são os métodos construtivos. Nos Estados Unidos, predominam estruturas em madeira (wood frame) e metal (steel frame), ao contrário da familiar alvenaria utilizada nas edificações brasileiras, que emprega blocos e tijolos assentados com argamassa.
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Em relação aos projetos americanos, Gigi destaca a importância de cuidar das autorizações e licenças necessárias para intervenções na residência, como substituição de pisos e modificações nos sistemas elétricos e hidráulicos, que estão embutidos nas paredes de drywall e requerem aprovação prévia, sendo também mais propensos a danos. “Esse é um processo moroso e, frequentemente, a obtenção de permissões pode levar de 2 a 3 meses, geralmente limitadas a plantas simples do projeto. A intervenção mais prática que podemos realizar é na decoração, revitalizando o ambiente”, revela.
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Confira algumas dicas e projetos da arquiteta:
Com 22 anos de experiência, a arquiteta foi convidada por um antigo cliente para criar um projeto de arquitetura de interiores em Miami, a partir do qual surgiram novas oportunidades e uma maior confiança em trabalhar com projetos de arquitetura de interiores fora do Brasil. Entre os insights compartilhados por ela, destaca-se a importância de escolher bons parceiros de trabalho. “Esse é um grande desafio que tenho hoje, conseguir empresas de mão de obra em Miami, trabalhadores, fornecedores e lojas. Nem sempre podemos acompanhar o projeto 100% presencial e com esse networking temos a vantagem de fazer uma obra toda à distância”, finaliza.
Sobre Gigi Gorenstein Arquitetura
Gigi Gorenstein é arquiteta e designer de interiores, formada pela Universidade Paulista, atua no mercado desde 1998. Em 2008, partiu para carreira solo quando descobriu a sua própria identidade dentro do universo da Arquitetura e Interiores. Há 14 anos está à frente do escritório Gigi Gorenstein Arquitetura e Interiores, onde desenvolve projetos residenciais, interiores e comerciais, buscando excelência e personalidade através de técnicas e conhecimentos adquiridos através de 22 anos de experiência. Para pessoas sofisticadas e antenadas, oferece de forma leve e interessante a execução de um projeto arquitetônico completo com qualidade e segurança buscando unir funcionalidade e estética.