Aluguéis desaceleram em outubro: o que isso significa para o mercado imobiliário?

Aluguéis desaceleram em outubro
Foto: frimufilms

O mercado de locação no Brasil tem mostrado um comportamento curioso em 2024: enquanto os preços continuam subindo, o ritmo desse aumento desacelerou em outubro. Segundo o Índice FipeZAP, o valor médio dos aluguéis residenciais cresceu 0,46% no mês — o menor índice desde junho. Mas o que essa desaceleração significa para quem aluga, investe ou pensa em entrar nesse mercado? Vamos destrinchar o tema e entender as tendências mais relevantes.

Por que os aluguéis estão desacelerando?

A desaceleração dos preços em outubro reflete um movimento que já vinha sendo observado ao longo do segundo semestre de 2024. O índice mostrou variações mensais cada vez menores desde junho:

  • Junho: +1,43%
  • Julho: +1,12%
  • Agosto: +0,88%
  • Setembro: +0,65%
  • Outubro: +0,46%

Essa redução no ritmo de alta pode estar associada a uma maior oferta de imóveis disponíveis, mudanças no perfil da demanda e até ao impacto da economia nacional. Ainda que os preços subam, o comportamento do mercado começa a sinalizar um possível ajuste no futuro.

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Destaques por tipo de imóvel: quem liderou a valorização?

Nem todos os imóveis se comportaram da mesma forma em outubro. A valorização foi mais expressiva entre unidades maiores:

  • Imóveis com 4 ou mais dormitórios: +0,91%
  • Imóveis com 3 dormitórios: +0,19%

Isso pode indicar uma mudança no perfil da demanda, com mais famílias buscando imóveis amplos ou investidores focando nesse nicho.

Já os imóveis menores, como aqueles de 1 dormitório, tiveram valorização acumulada maior nos últimos 12 meses, atingindo +15,67%, o que sugere que eles continuam sendo opções populares para solteiros, casais ou investidores em busca de maior rentabilidade.

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As capitais que mais se destacaram em outubro

Entre as 36 cidades analisadas, 31 registraram alta nos aluguéis, com destaque para as capitais do Nordeste e Centro-Oeste. Salvador liderou o ranking, com um aumento de +2,63% no mês, seguida por Cuiabá (+2,06%) e Teresina (+1,60%). Por outro lado, algumas cidades registraram queda, como:

  • Aracaju: -3,36%
  • Campo Grande: -1,93%
  • Brasília: -1,80%
  • Maceió: -0,48%

Essa variação regional reflete as diferenças econômicas e sociais que impactam diretamente o mercado imobiliário local.

Quanto custa alugar um imóvel nas capitais?

O preço médio do aluguel residencial no Brasil foi de R$ 47,05/m² em outubro. As cidades com os maiores valores por metro quadrado incluem:

  1. São Paulo: R$ 56,65/m²
  2. Florianópolis: R$ 53,99/m²
  3. Recife: R$ 53,40/m²

Enquanto isso, capitais como Teresina (R$ 22,16/m²) e Aracaju (R$ 24,65/m²) registraram os preços mais baixos. Para quem busca imóveis de 1 dormitório, o valor médio chega a R$ 61,99/m², enquanto os de 3 dormitórios apresentam o custo mais baixo, em torno de R$ 40,98/m².

E a rentabilidade para investidores?

Investir em imóveis para locação continua sendo uma opção atrativa, mas a rentabilidade média do aluguel residencial, de 5,96% ao ano, ainda perde para aplicações financeiras.

Porém, imóveis menores oferecem retorno superior, alcançando até 6,68% ao ano. Entre as capitais, Manaus (8,21%), Belém (7,94%) e Recife (7,73%) lideram o ranking de rentabilidade.

Análise do acumulado de 2024: o que esperar?

Até outubro, o Índice FipeZAP acumulou uma alta de 11,41% no ano, superando outros indicadores econômicos como o IPCA/IBGE (+4,20%) e o IGP-M/FGV (+3,88%).

Em termos regionais, Campo Grande (+29,63%), Salvador (+26,46%) e Porto Alegre (+23,55%) tiveram as maiores valorizações no ano, consolidando-se como mercados em alta. Apesar disso, o crescimento desacelerado dos últimos meses pode indicar um período de maior estabilidade em 2025.

O que isso significa para locatários e proprietários?

  • Para quem aluga: O aumento mais lento dos preços pode ser um alívio, mas o custo ainda está acima da inflação. Pesquisar bem e negociar contratos é essencial.
  • Para proprietários e investidores: Com a rentabilidade do aluguel ainda competitiva, especialmente em regiões específicas, o mercado segue atrativo, mas é importante estar atento às tendências de longo prazo.

Conclusão: o mercado caminha para o equilíbrio?

Embora os preços de locação continuem subindo, a desaceleração em outubro sinaliza uma possível estabilização. Isso não significa que os valores irão cair, mas sim que o mercado pode estar se ajustando a uma nova realidade econômica.

Para 2025, o foco estará em acompanhar o comportamento das grandes capitais e entender como os imóveis menores e maiores se posicionarão nesse cenário de mudanças.

Se você está pensando em alugar, comprar ou investir, o momento é de análise cuidadosa e planejamento estratégico. Afinal, o mercado imobiliário sempre reserva surpresas para quem sabe observar os detalhes.

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