ABRAINC-FIPE: Vendas de imóveis crescem 45,3% em um ano

Vendas de imóveis crescem 45,3% em um ano
Foto: Freepik | frimufilms

O mercado imobiliário brasileiro continua a surpreender com seu desempenho robusto, mesmo em um cenário econômico desafiador. Segundo o indicador ABRAINC-FIPE, as vendas de imóveis registraram um aumento de 45,3% no período de 12 meses encerrado em maio de 2024, comparado ao ano anterior. Esse crescimento reflete a resiliência do setor, impulsionado por programas habitacionais e um mercado aquecido, que, apesar das oscilações econômicas, mantém um ritmo de expansão significativo.

A Força do Programa Minha Casa Minha Vida

Um dos principais motores desse crescimento é o programa Minha Casa Minha Vida, que viu um aumento expressivo de 59,7% no volume de unidades comercializadas e 65,6% no valor total das vendas ao longo dos últimos 12 meses. Este programa, voltado para a habitação de interesse social, tem desempenhado um papel crucial na dinamização do mercado, especialmente em regiões onde a demanda por moradia acessível é alta.

O impacto desse crescimento vai além das vendas. Aumentos significativos nos lançamentos de novos imóveis, que subiram 30,3% entre janeiro e maio de 2024, refletem uma confiança renovada dos incorporadores e construtoras no potencial de longo prazo do mercado brasileiro. A comparação interanual desses lançamentos também indica um crescimento acumulado de 12,8%, demonstrando que o setor está em plena recuperação.

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Segmento de Médio e Alto Padrão: Crescimento Consistente

O mercado de médio e alto padrão também apresentou um desempenho positivo, com um aumento de 13,0% no volume de unidades vendidas e um expressivo crescimento de 32,6% no valor das vendas na comparação interanual. Esses números revelam uma demanda constante por imóveis de maior valor, impulsionada por fatores como a busca por melhor qualidade de vida e investimentos em propriedades que ofereçam segurança e comodidade.

Além disso, o índice FipeZAP, que monitora o comportamento dos preços de venda de imóveis residenciais em 56 cidades brasileiras, registrou um aumento de 0,76% em julho de 2024. Este resultado representou a maior variação mensal do índice desde janeiro de 2014, reforçando a tendência de valorização dos imóveis, especialmente em grandes centros urbanos.

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Perspectivas para o Mercado Imobiliário no Atual Cenário Econômico

Apesar do cenário econômico desafiador, as perspectivas para o mercado imobiliário brasileiro continuam promissoras. Segundo Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, professor da FEA-USP e co-fundador da DataZAP, o setor ainda tem muito a crescer, mesmo após um período de aquecimento intenso pós-pandemia. Igliori destaca que, embora a queda na taxa de juros tenha desacelerado, as oportunidades estruturais permanecem vastas, tanto em termos de crescimento macroeconômico quanto de ajustes comportamentais e fluxos migratórios dentro do país.

Essa visão é corroborada por dados da Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), que apontam a comercialização de 7.630 novas unidades residenciais em São Paulo no último mês de maio, com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 3,5 bilhões no mês. Em 12 meses, o VGV acumulado chegou a R$ 48,4 bilhões, reafirmando o papel central de São Paulo no mercado imobiliário nacional.

Elisa Rosenthal, Diretora Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário, também enxerga um horizonte promissor para o setor. Ela menciona que iniciativas como a revisão do plano diretor de São Paulo e a retomada do programa Minha Casa Minha Vida, aliadas à expectativa de redução da taxa de juros, projetam um crescimento contínuo para o mercado imobiliário, consolidando-o como um dos principais motores da economia brasileira.

O Futuro do Mercado Imobiliário: Desafios e Oportunidades na Vendas de Imóveis

Embora os números atuais sejam encorajadores, o mercado imobiliário brasileiro enfrenta desafios que exigem atenção. A manutenção de um ritmo de crescimento sustentável dependerá da capacidade do setor de se adaptar às mudanças econômicas, políticas e sociais, como a volatilidade nas taxas de juros e as políticas habitacionais do governo.

No entanto, o consenso entre especialistas é de que há um espaço significativo para expansão, especialmente em áreas urbanas que ainda carecem de infraestrutura habitacional adequada. O futuro do mercado imobiliário brasileiro será moldado pela capacidade de inovar e atender às novas demandas dos consumidores, que estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade, localização e valor dos imóveis.

Em conclusão, o mercado imobiliário brasileiro está em um momento de transição, mas as perspectivas continuam positivas. Com um desempenho robusto em vendas e lançamentos, programas governamentais eficazes e um ambiente econômico que, apesar dos desafios, oferece oportunidades, o setor imobiliário se posiciona como uma área estratégica para investidores e consumidores que buscam segurança e rentabilidade em suas aquisições.

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