A estética do cimento queimado na arquitetura de interiores

A estética do cimento queimado na arquitetura de interiores
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O cimento queimado, conhecido por seu marcante estilo industrial, encontra-se em perfeita harmonia com elementos acolhedores, resultando na dualidade de ambientes que mesclam rusticidade e sofisticação.

Em meio à evolução constante da arquitetura de interiores, algumas tendências transcendem a efemeridade e se consolidam como pilares da estética contemporânea. Entre essas tendências, destaca-se a ousadia, aliada à sofisticação, do cimento queimado.

Com uma ampla gama de possibilidades, o arquiteto Pietro Terlizzi, à frente de seu escritório, explora como a estética do décor industrial busca referências contemporâneas para projetos residenciais. Segundo ele, “com esse aspecto inacabado, abre-se a oportunidade de contemplar com mais profundidade a beleza de todos os materiais. Um pilar ou uma viga aparente, com os veios e as rugosidades do concreto, se exaltam como elementos únicos e personalizados”.

Com ares minimalista e com forte presença da paleta monocromática do cinza, o arquiteto Pietro Terlizzi trabalhou a continuidade visual através da viga estrutural entre a sala de estar e a varanda, que foram integradas. Dessa forma, o profissional introduziu gradientes da cor nas paredes, mobiliários e tapete, entre outros elementos. O equilíbrio se dá através dos contrastes pontuais de cores como o amadeirado do piso e outros itens eleitos por ele | Foto: Guilherme Pucci
Com ares minimalista e com forte presença da paleta monocromática do cinza, o arquiteto Pietro Terlizzi trabalhou a continuidade visual através da viga estrutural entre a sala de estar e a varanda, que foram integradas. Dessa forma, o profissional introduziu gradientes da cor nas paredes, mobiliários e tapete, entre outros elementos. O equilíbrio se dá através dos contrastes pontuais de cores como o amadeirado do piso e outros itens eleitos por ele | Foto: Guilherme Pucci

Em termos gerais, Pietro explica que o cimento queimado é um acabamento caracterizado por sua aparência inicialmente imperfeita e texturizada, que lembra o concreto exposto após polimento e tratamento. Em projetos residenciais, pode ser encontrado em ambientes internos, como residências, escritórios, lojas e restaurantes, sempre com o objetivo de conferir um toque moderno e versátil. Ele também destaca a bela dualidade que o cimento queimado proporciona quando combinado com a madeira, como o Freijó e outras variações, criando um equilíbrio entre o quente e o frio.

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Cimento queimado em vigas e pilares

Manter vigas e pilares em sua aparência original é uma característica comum na arquitetura de inspiração industrial. Nessas situações, o arquiteto explica que os elementos estruturais contribuem para a atmosfera crua e autêntica do estilo, estabelecendo uma conexão direta com a história e as origens da construção, proporcionando a sensação de um espaço renovado. Pietro enfatiza a importância de realizar uma raspagem quando necessário para alcançar a aparência natural desejada.

Em projetos contemporâneos, vigas e pilares podem e devem ser considerados elementos de destaque estético, adicionando um ponto focal interessante que se destaca entre todos os outros elementos. A decisão sobre mantê-los aparentes ou não depende do estilo desejado, das características do layout original e das preferências alinhadas entre o arquiteto e o cliente.

O estilo industrial rústico na cozinha evoca um ambiente distinto e atual. Nessa cozinha aberta, o arquiteto Pietro Terlizzi deixou à mostra a textura áspera e variada do concreto aparente que deu forma às vigas e pilares. Para quebrar essa hegemonia, a marcenaria mais clássica dos armários, com o estilo almofadado das portas e o azul que se estende também ao quadro na parede e tijolinho | Fotos: Guilherme Pucci
O estilo industrial rústico na cozinha evoca um ambiente distinto e atual. Nessa cozinha aberta, o arquiteto Pietro Terlizzi deixou à mostra a textura áspera e variada do concreto aparente que deu forma às vigas e pilares. Para quebrar essa hegemonia, a marcenaria mais clássica dos armários, com o estilo almofadado das portas e o azul que se estende também ao quadro na parede e tijolinho | Fotos: Guilherme Pucci
Em mais uma proposta de cozinha integrada com a área social, o arquiteto Pietro Terlizzi transformou o concreto dos pilares e vigas como parte do projeto de interiores. A ambientação foi complementada pelas tubulações aparentes de elétrica, a madeira ripada do forro que esconde a infraestrutura do ar-condicionado, e a bancada de refeições da copa | Fotos: Guilherme Pucci
Em mais uma proposta de cozinha integrada com a área social, o arquiteto Pietro Terlizzi transformou o concreto dos pilares e vigas como parte do projeto de interiores. A ambientação foi complementada pelas tubulações aparentes de elétrica, a madeira ripada do forro que esconde a infraestrutura do ar-condicionado, e a bancada de refeições da copa | Fotos: Guilherme Pucci

O contraste com a madeira e a iluminação

A iluminação desempenha um papel fundamental ao destacar os aspectos do cimento queimado. Segundo Pietro, ao combinar cuidadosamente diferentes técnicas de iluminação, é possível acentuar a textura e a aparência do material, mantendo um equilíbrio interessante no espaço. Nessa abordagem, ele sugere o uso de cores neutras e claras para o restante do ambiente, contribuindo para ampliar e equilibrar a decoração.

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Em mais essa área social integrada, o arquiteto Pietro Terlizzi explorou a iluminação no teto em cimento queimado, como também no LED que acompanha todos os nichos do móvel onde está fixada a TV | Fotos: Guilherme Pucci
Em mais essa área social integrada, o arquiteto Pietro Terlizzi explorou a iluminação no teto em cimento queimado, como também no LED que acompanha todos os nichos do móvel onde está fixada a TV | Fotos: Guilherme Pucci

Porcelanato com aparência de piso cimentício

A combinação da resistência do porcelanato com os diversos acabamentos oferecidos pela indústria cerâmica é uma inovação que não só agrada aos olhos, mas também facilita o processo de construção e garante durabilidade ao longo do tempo. Segundo o arquiteto, o uso de cimento queimado nos pisos é uma opção interessante para criar uma sensação de amplitude, devido à aparência limpa e uniforme desse material.

Nesta cozinha o arquiteto Pietro Terlizzi especificou o porcelanato com aparência de cimento queimado. Entre as vantagens, o material é resistente à umidade e ao desbotamento, é longevo e oferece uma boa condutividade térmica | Foto: Guilherme Pucci
Nesta cozinha o arquiteto Pietro Terlizzi especificou o porcelanato com aparência de cimento queimado. Entre as vantagens, o material é resistente à umidade e ao desbotamento, é longevo e oferece uma boa condutividade térmica | Foto: Guilherme Pucci
Nesse lavabo executado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, o cimento queimado agregou uma condição de neutralidade ao projeto | Foto: Guilherme Pucci
Nesse lavabo executado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, o cimento queimado agregou uma condição de neutralidade ao projeto | Foto: Guilherme Pucci

No entanto, é importante prestar atenção e cuidar da aplicação de produtos para conferir a aparência de cimento queimado em vigas e pilares. Pietro destaca três pontos essenciais:

  1. Preparação da superfície: certificar-se de que vigas e pilares estejam adequadamente preparados antes da aplicação do produto, eliminando sujeira, poeira, graxa ou resíduos anteriores que possam prejudicar a aderência.
  2. Limpeza e secagem: garantir que a superfície esteja completamente limpa e seca, pois a umidade residual pode comprometer a durabilidade do produto.
  3. Escolha dos produtos: selecionar produtos de qualidade e adequados para o tipo de superfície em que serão aplicados, seguindo as instruções do fabricante para garantir a compatibilidade com cimento queimado.

Por fim, recomenda-se a aplicação de um selante ou verniz de proteção para preservar a aparência e evitar problemas como manchas, abrasões e desgastes. É aconselhável contar com profissionais especializados para realizar esse tipo de trabalho.

Sobre Pietro Terlizzi  

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Pietro Terlizzi atua na área de arquitetura desde 1999, tendo passado por diferentes escritórios nos mais diversos segmentos (desde paisagismo até engenharia estrutural), absorvendo experiências e amadurecendo até abrir o seu próprio escritório, o Pietro Terlizzi Arquitetura. Com trabalhos nas áreas residências, comerciais e corporativas, o escritório se compromete com todos os detalhes do projeto, desde a criação do conceito até a escolha dos objetos e móveis. Para Pietro, a preocupação com a atividade e o impacto que o espaço projetado poderá causar, tais como a relação entre as escalas, a luz, a temperatura, as texturas e as cores, bem como a diversidade de percepção e experiência que cada um terá dentro dele, são os fatores que impulsionam cada nova criação.

E-mail: [email protected]
IG: @pietro_terlizzi_arquitetura
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Contato: 11 9 7602-2505
Endereço: Rua Mourato Coelho, 798 – conjunto 51 – Pinheiros, São Paulo (SP).

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