A adoção da holding familiar é uma estratégia de gestão patrimonial que se revela como uma opção inteligente e eficaz na prevenção de potenciais conflitos entre herdeiros. O advogado Jossan Batistute, especialista em sucessão patrimonial e sócio do escritório Batistute Advogados, destaca a crescente frequência com que as famílias recorrem a essa prática, que não apenas organiza a sucessão de bens, mas também se revela um valioso instrumento na proteção do patrimônio familiar.
Em um cenário lamentável recentemente testemunhado em Londrina, em que uma briga pela herança de um ente querido falecido culminou em uma situação policial durante um velório, torna-se pertinente abordar as medidas preventivas que os pais podem adotar para evitar tais desentendimentos. Batistute destaca várias opções, entre elas a elaboração de um testamento que estipule condições para sua execução, desestimulando eventuais transgressões mediante a ameaça de perda de direitos hereditários adicionais.
Outra alternativa recomendada pelo advogado é a criação de uma holding familiar. Esta estrutura não apenas organiza a sucessão de bens, mas, quando combinada com um planejamento sucessório adequado, também age como um escudo protetor do patrimônio, minimizando as chances de disputas familiares. Assim, quando ocorre o triste momento do falecimento de um ente querido, a sucessão patrimonial já se encontra estruturada e os aspectos hereditários estão devidamente resolvidos.
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Batistute esclarece que uma holding familiar estabelece detalhes cruciais por meio de seu contrato ou estatuto social, como o capital social da empresa, a distribuição das cotas ou ações entre os membros da família, a escolha do administrador, as regras de convivência entre os sócios e a divisão dos lucros, entre outros aspectos fundamentais.
Em relação à transferência de cotas, o especialista observa que, ao criar uma holding familiar, a distribuição dos bens é legalmente definida, reduzindo assim o potencial para disputas e questionamentos futuros. Isso ocorre porque a transferência das cotas pode ser realizada por meio de cláusulas de doação com reserva do usufruto aos pais, garantindo o domínio e o controle da empresa e dos bens.
Além de prevenir conflitos familiares e simplificar a sucessão patrimonial, a criação de uma holding familiar, aliada ao planejamento sucessório, pode otimizar a transição patrimonial no que diz respeito ao pagamento de impostos. Em comparação com a cobrança de impostos em inventários, essa estratégia tende a resultar em impostos finais menores, uma vez que o patrimônio será menor no momento do falecimento.
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A economia proporcionada pela organização patrimonial através da holding familiar, somada à minimização de conflitos e à redução de impostos, consolida-se como uma das melhores escolhas para famílias que desejam preservar seu patrimônio e garantir uma transição tranquila e benéfica para as gerações futuras. Jossan Batistute enfatiza a importância de buscar orientação legal especializada para implementar eficazmente essa estratégia, assegurando assim um futuro patrimonial sólido e harmonioso para a família.
Primeiros passos para criar uma holding familiar
- Consulta com um Advogado Especializado: Busque a orientação de um advogado com expertise em planejamento sucessório e holdings familiares para entender as opções disponíveis e adequadas à sua situação.
- Definição dos Objetivos: Estabeleça seus objetivos claros, como proteção do patrimônio, organização da sucessão e minimização de conflitos familiares.
- Escolha da Estrutura: Decida entre uma holding pura (que detém participações em outras empresas) ou uma operacional (que possui negócios próprios). Escolha a estrutura mais adequada para seus interesses.
- Constituição Legal: Registre a holding como uma empresa legalmente constituída, com estatutos e contratos sociais que definam sua estrutura, administradores e regras de funcionamento.
- Transferência de Ativos: Realize a transferência de ativos para a holding, seja por doação com reserva de usufruto, venda ou outros métodos, seguindo as orientações legais.
- Nomeação de Administradores: Escolha os administradores da holding, que podem ser membros da família ou profissionais qualificados.
- Definição de Políticas Internas: Estabeleça políticas internas para governança, distribuição de lucros e resolução de conflitos entre os membros da família.
- Comunicação e Educação: Comunique a criação da holding à família e eduque os membros sobre como ela funcionará e como seus interesses serão protegidos.
- Planejamento Tributário: Consulte um especialista em planejamento tributário para otimizar as questões fiscais relacionadas à holding e à sucessão.
- Revisão Periódica: Mantenha uma revisão contínua da estrutura da holding e adapte-a às mudanças na família e nos negócios.
Lembre-se de que a criação de uma holding familiar é um processo complexo e que exige a orientação de profissionais qualificados em direito, finanças e contabilidade. Um planejamento cuidadoso é essencial para alcançar os objetivos desejados.
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